quinta-feira, 25 de março de 2010

De volta para a realidade

Postado por Romina Trebbi às 21:47
Como a vida é engraçada. Até ontem eu era uma mulher feliz e apaixonada. Hoje, meu relacionamento está em crise, eu pedi demissão do meu emprego e resolvi adotar mudanças radicais para minha vida.

Simplesmente, de uma hora para outra, descobri que a minha felicidade era frágil demais e acabou se quebrando. Confesso que chorei durante uns bons dias, não comi direito, faltei com alguns deveres e me ausentei completamente do mundo real. De repente me vi sozinha e a princípio essa falta de gente me assustou. Meu deus, como é difícil olhar para o próprio umbigo.

Essa ausência temporária da realidade me fez parar e pensar... e percebi que durante muito tempo foi isso o que mais fiz inconscientemente: pensei. Pensei que tinha ao meu lado um homem apaixonado. Pensei que finalmente havia encontrado meu príncipe encantado. Quanta bobagem. As pessoas se preocupam tanto em pensar e em idealizar as coisas, que se esquecem de enxergar o que acontece de baixo do próprio nariz. Não que meu namorado não seja um homem apaixonado e nem que ele não seja o meu príncipe encantado. Talvez, ele seja tudo isso, mas do jeito dele. Ou... talvez não. O que importa é que, independente do que eu pense, isso não muda a situação...

Deixando a vida emotiva de lado, pensei que depois de alguns bons anos trabalhando na área de comunicação, eu havia feito a escolha certa para mim. Pensei que estava construindo minha carreira e que jamais trabalharia com outra coisa que não a comunicação. Que besteira. Como alguém pode construir uma carreira dentro de uma profissão que não se cansa de pagar cada vez menos? Como alguém pode sonhar em construir qualquer coisa, com um piso salarial de mil e cem reais? Isso não é desanimo e muito menos indecisão. Apenas indignação. É claro que pretendo continuar na comunicação... mas quem sabe até quando?

Cansada de muito trabalho e pouco dinheiro, resolvi mudar radicalmente minhas atitudes e até mesmo minha aparência, pensando ser a melhor solução. Mas será mesmo que eu quero mudar? Mudar o que afinal de contas? Mais uma coisa para eu parar e pensar... Talvez não seja exatamente eu quem esteja precisando de mudanças. Ou talvez ninguém nem nada precisem mudar. Afinal, todo mundo pode se adaptar.

Confesso que a volta para o mundo real foi um tanto quanto perturbadora. Infelizmente aqui, na realidade, nada muda de uma hora para outra, a dor da perda não passa tão rápido e as minhas duvidas talvez nunca encontrem solução. Pelo menos, no meu mundo ausente e imaginário, eu mesma podia inventar a saída para meus problemas e as respostas para minhas perguntas.

Mas agora, querendo ou não, é hora de acordar...

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